segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Linguagem e Educação

Em relação à fala ou a escrita há diferenciações dependendo do contexto. Em nossas avaliações de finais de semestres referente à apresentação oral (workshop) e a Reflexão – Síntese, por exemplo, devemos escolher as palavras corretas para transmitir nossas experiências. O mesmo ocorre na escrita, em ambos devemos fazer uso da linguagem adequada. Já para escrever um e-mail ou em contatos virtuais como MSN e A2 não há tanta preocupação com a escrita e sim com o conteúdo.
Na escola, um aluno de sete anos, que veio do interior do estado, referindo-se a cantina da escola, me fezendo a seguinte pergunta: “Minha mãe dexo pago alguma coisa pra mim come aí no buteco? Nesse caso, contemplou o linguajar de sua comunidade. Em outra situação, quando auxiliava um aluno da quinta série a redigir uma redação, observei que contemplava termos e abreviações que os adolescentes costumam usar em conversas virtuais com colegas.
Precisamos criar espaços em nossas escolas para “discussões mais amplas a respeito dos discursos sobre currículo, planeja­mento, avaliação e seus desdobramentos no contexto escolar enquanto regu­ladores das nossas expectativas em tomo da leitura, escrita e oralidade em sala de aula” (DALLA ZEN; TRINDADE, 2002, p. 5). Bem como, uma reflexão sobre as concepções de nossas práticas, o quanto estamos submetidos a tais discursos, pois no Brasil, as políticas educacionais sempre estiveram relacionadas com economia se adaptando as estruturas sócio-econômicas vigentes e de fortalecimento de grupos dominantes.

2 comentários:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

Marta, gostei muito da sua reflexão, concordo que há diferenciações entre a fala e à escrita em diferentes contextos, e que a escola tem sim que criar espaços para discussões, planejamento e avaliação. Mas no contexto atual da educação, onde o discurso é um e a prática é outra, como você acha que isso poderia ser feito? Fica aí mais uma questão para refletirmos... Abraços querida! ;D

Marta Cruz disse...

Com certeza os espaços para discussões, planejamento e avaliação são poucos. Em nossa escola temos um aluno, 15 anos de idade, com Espetro de Autismo que está repetindo a 5ª série. No que se refere à avaliação, até o final do ano passado esse aluno, vinha sendo avaliado, pela maioria dos professores das disciplinas, através do “conceito de inteligência tão difundido nos meios educacionais para definir quem é mais capaz que o outro”, ou seja, através de provas escritas. Desta forma, não era considerado a dificuldade na escrita e agitações devido a manifestações das estereotipias motoras. Mas como avaliar respostas de uma letra ilegível? A partir desse ano (2009), vem sendo avaliado através da linguagem oral em todas as disciplinas, com exceção de matemática onde sempre apresentou um bom desempenho. Foi através de discussões referentes à necessidade de buscar novas alternativas considerando sua participação e as possibilidades (o seu jeito) de expressar sua aprendizagem que a escola vem buscando movimentos de uma verdadeira inclusão.
Abraços