domingo, 21 de junho de 2009

Concepções de índio

Conhecer alguns aspectos dos povos indígenas brasileiros, através do que eles próprios dizem sobre si; o conhecimento do modo de vida dos povos indígenas do Rio Grande do Sul, uma proposta da atividade da interdisciplina: Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História - B
A partir da leitura do texto “Os índios no Brasil: quem são e quantos são”,escrito pelo representante do povo Baniwa, Gersen dos Santos Luciano, buscamos explicar como e por que se constituíram as contradições que seguem: índios X povos indígenas / generalização X identidade étnica, bem como, sugerir formas de desfazer pré-conceitos que predominam ao se falar de povos indígenas.
Aprendemos nas escolas que calendário traz o dia do índio e que através de estereótipos feitos pelos adultos, ou seja, reprodução de índios com saia de penas, espaços terrestres cercados por ocas nos é transmitido à referência dos índios brasileiros e da América. Muito pouco ou quase nada aprendemos sobre os índios e as regiões que habitam no Rio Grande do Sul, sua cultura, seus hábitos e costumes, muito menos sobre a diversidade de povos existentes em nosso país. Uma explicação contraditória a que aprendemos nos livros escolares sobre os habitantes encontrados no continente americano, que até nos dias atuais são denominados de “índios” ou “indígenas” é um apelido genérico, pois foi o resultado de um mero erro náutico, que aconteceu por ocasião da viagem rumo às Índias, do navegador italiano Cristóvão Colombo. A frota que partiu da Espanha em 1492 ficou à deriva por vários dias até alcançar uma região continental que Colombo imaginou que fossem as Índias, mas que na verdade, era o atual continente americano. Segundo a definição técnica das Nações Unidas, de 1986, os povos e as nações indígenas são aqueles que, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica, como base de sua existência continuada como povos, em conformidade com seus próprios padrões culturais, as instituições sociais e os sistemas jurídicos.
Enfim, em nome da nacionalização e expansão econômica, os povos indígenas passam a negar a designação índio ou indígena bem como as identidades étnicas como estratégia de sobrevivência. Somente com a organização do movimento indígena a partir de 1970, que aceitam a denominação, provendo a identidade multiétnica de todos os povos do território brasileiro. O termo parente foi utilizado no sentido de valorização positiva da denominação genérica de índio ou indígena, para simbolizar a superação do sentimento de inferioridade imposto aos povos indígena pelos colonizadores durante todo o processo de colonização.

Sugestão de desfazer pré-conceitos:
Propor atividades que incluam nos conteúdos de estudo, principalmente em aulas de história, por exemplo, além de se trabalhar o contexto histórico na época colonial, deve-se trabalhar com a realidade atual, com textos escritos por autores indígenas que retratem a realidade, principalmente do ponto de vista do índio para que os alunos venham a compreender as contradições, as causas que geraram a discriminação e a construção dos mitos. A criação do mosaico étnico-racial apresentou resultados positivos, pois a partir dos dados é possível aprofundar o assunto sobre o conhecimento da composição étnico–racial dos alunos de da comunidade, bem como, utilizar os dados das mistura étnicas observadas na turma para introduzir o tema povos indígenas, que devem ser abordados durante todo o ano escolar. Os Parâmetros Curriculares Nacionais nos orientam sobre a abordagem de especificidades étnicas presentes no Brasil nas séries iniciais como: moradia, vestimenta, educação, alimentação, pode-se trabalhar intercalando o passado e o presente, além disso, oportunizar aos alunos que eles façam as ilustrações espontaneamente, sem estereótipos.

REFERÊNCIA
Os índios no Brasil: quem são e quantos são
Texto extraído do Livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos
indígenas no Brasil de hoje” – Brasília, 2006.
Autor: Gersen dos Santos Luciano – Baniwa

Um comentário:

mauranunes.com disse...

Oi Marta!
Que riqueza de conteúdos não é mesmo! Pensando na tua prática em sala de aula, que sentido fez essa aprendizagem para ti? Bjs, Maura - tutora do SI