domingo, 14 de dezembro de 2008

Postagens desse semestre

Aprendizagem na Vida Adulta

Em virtude da proposta de atividade da Interdisciplina Psicologia da Vida Adulta, onde a partir das experiências cotidianas como aluna do PEAD, ou seja, um adulto em processo de aprendizagem; desenvolvi uma reflexão tentando entender de que forma as características do desenvolvimento intelectual do jovem e do adulto e as relações professor-aluno se manifestam no seu próprio processo de aprendizagem. Então, parti de conhecimentos adquiridos nos semestres anteriores, por exemplo, sobre a Epistemologia genética de Piaget e Freud e a Educação.

Conforme a teoria da epistemologia genética de Piaget, o estágio operatório-formal se dá a partir dos 12 anos em diante (o que não é uma regra, pode sofrer variações dependendo dos estímulos e das características biológicas de cada pessoa) e a criança passa a fazer uso do raciocínio lógico em todas as diferentes classes de problemas, visto que a capacidade cognitiva atinge seu potencial mais elevado, porém mesmo no sujeito adulto o processo de construção das estruturas do pensamento não ficam estagnadas, como enfatiza Rappaport (op. cit., p. 63), "esta será a forma predominante de raciocínio utilizada pelo adulto. Seu desenvolvimento posterior consistirá numa ampliação de conhecimentos tanto em extensão como em profundidade, mas não na aquisição de novos modos de funcionamento mental". Na visão de Piaget, o estágio operatório marca a libertação do pensamento. É exatamente isso o que estou vivenciando na caminha dos estudos na UFRGS / PEAD, através das leituras e das atividades sugeridas pelos professores, as quais contribuíram para aumentar meu potencial de pensamento se comparado aos estudos na infância e adolescência. Atualmente me sinto envolvida no planejamento, organização, seleção e participação do aprendizado. Consigo discernir com maior facilidade se uma informação é útil ou não para acrescentar conhecimento, bem como analisar mais criticamente os conteúdos necessários, para tanto, aprendi a perceber que nos momentos em que não sei de determinado assunto, muito precisarei me dedicar e pesquisar para uma maior compreensão. E o conhecimento que adquiri na área da informática, através das instruções de tutores e professores, tem sido um facilitador na aquisição de habilidades e competência nesse processo de interatividade cooperativa.
No entanto, o processo de transferência nas relações para Freud "São reedições dos impulsos e fantasias despertadas e tornadas conscientes durante o desenvolvimento da análise e que trazem como singularidade característica a substituição de uma pessoa anterior pela pessoa do médico.” Ou seja, uma manifestação do inconsciente, a qual também está presente na relação professor-aluno, em que o professor será o objeto da transferência do desejo funcionando como um impulso do aprender do aluno. Em virtude disso, o professor não deve ser apenas um transmissor de conhecimentos, mas estabelecer uma relação de afeto com os alunos no processo de ensino aprendizagem possibilitando à criança a redescoberta e a transferência do afeto na relação social e aprendizagem, visto que são nessas relações que, segundo Maturana, o ser humano aprende. Tais ensinamentos estão cada vez mais presentes em minha caminhada de estudante adulto e no relacionamento com a comunidade em virtude da dinâmica do curso do PEAD.