domingo, 25 de outubro de 2009

Educação de Jovens e Adultos

Para a interdisciplina da Educação de Jovens e Adultos, foi criado um Fórum para que, em grupos, realizássemos uma discussão e reflexão a partir da leitura do texto de Regina Hara, “Alfabetização de adultos: ainda um desafio”.
Destaco algumas colocações que considerei fundamentais, tais quais: à metodologia, muitas vezes, tem sido empregada de uma forma simplista, uma “leitura mecânica do método Paulo Freire” confirmando o sistema linear presente na educação brasileira. Ou seja, os alunos estão constantemente submetidos às tentativas de práticas, geralmente frustrantes dos educadores. Esses processos inadequados em que podem estar submetidos os que não se alfabetizam nos levam a refletir sobre a ação educativa com competência que possam assegurar o ensino da Eja de qualidade.
Os alunos da Eja são provenientes de classes menos favorecidas e trabalhares onde os esforços físicos são bastante exigidos, então é fundamental considerar o fator limitante cansaço. Destaco ainda, a referência ao incentivo que leva o adulto a se alfabetizar, além de obter um emprego melhor e saber assinar seu nome, “(...) pode haver, e quase sempre o há, a intenção de partilhar o saber socialmente acumulado nas diferentes áreas”. Esses trabalhadores trazem consigo uma experiência, que deve ser compartilhada e valorizada através das práticas educacionais.
Em respeito ao universo do educando vê-se a necessidade de novas iniciativas que leve em conta que "toda prática educativa envolve uma postura teórica por parte do educador. Esta postura em si mesma implica - às vezes mais, às vezes menos explicitamente - numa concepção dos seres humanos e do mundo". A importância do incentivo a escrita a partir do que o aluno sabe considerando seu potencial do que pode fazer, pois é através da motivação que esse vai adquirindo a coragem necessária para se expressar e registrar. A correção é um processo gradativo que será incorporado aos poucos. É preciso utilizar estratégias através de textos (conto, notícias ou poemas) e suas particularidades, por exemplo, exploração da estrutura como: os personagens e suas falas, identificar os pronomes, o plural, o valor das interjeições no texto, mas que cada aluno trabalhe dentro de suas possibilidades.
Segundo Hara, (1992) “o conjunto de habilidades, tem papel determinante na construção da autonomia”. Nesse caso à linguagem oral é a maneira de exercitar a expressão na elaboração e organização de dados. Como diz a colega Rosali o professor deve fazer uso da palavra para estimular seus alunos.

domingo, 18 de outubro de 2009

Contação de História

Práticas de Leitura, Escrita e Oralidade no contexto Social.

Convidei a aluna Brenda, 9 anos de idade, cursando a 3ª série, anos inicias do ensino fundamental na EEEM Alberto Torres, para contar uma história. Somente alguns momentos antes da gravação que ela ficou sabendo que teria a liberdade de escolher a história para contar, mas fez questão de arrumar o cabelo e passar batom antes. Então narrou o conto infantil “Chapeuzinho Vermelho” enquanto eu filmava.

Análise a partir do texto “Tem um monstro no meio da história (GURGEL, 2009)” e do vídeo “Pensamento infantil – A narrativa da criança”.
A menina demonstrou ter familiarização com os aspectos estruturais como: narrativa, marcadores de tempo e espaço e contextualização de situações. Seguiu a seqüência dos eventos e utilizou expressões faciais e corporais conforme a situação no desenrolar da história, por exemplo, gestos com as mãos como se estivesse batendo na porta; na passagem em que o lobo se veste com a roupa da vovozinha, faz gestos como se estivesse se vestindo. Além disso, tenta imitar a voz do lobo se passando por vovozinha e no diálogo final entre o lobo e o Chapeuzinho, imita a Chapeuzinho através da voz e expressões faciais.
Brenda não separa, ainda, totalmente a ficção de situações reais como é possível constatar no seguinte parágrafo: “Quando ele devorou a vovozinha! Ele se vestiu de vovozinha e ficou deitado na cama costurando”. Há uma referência a uma situação da vida real, onde se verifica a presença do sincretismo, ou seja, “a liberdade de associar elementos da realidade segundo critérios pessoais, pautados principalmente por afetividade, observação e imaginação”. Enfim, é importante o incentivo familiar ao discurso narrativo desde os primeiros anos de vida, seja através de relatos de situações cotidianas e ou histórias (textos literários lidos e contados). É através do estímulo que o adulto proporciona a criança, que esta vai aprendendo a separar experiências do cotidiano e o que está no plano da imaginação, como se constata no vídeo sobre o “Pensamento Infantil”. O adulto também servirá de modelo para a criança da forma de se comunicar, sendo a oralidade (...) “um dos principais motores do desenvolvimento na primeira infância e aspecto-chave da creche e da pré-escola”.

domingo, 11 de outubro de 2009

Projeto de Aprendizagem

Para a interdisciplina do Seminário Integrador VII, em grupo, desenvolvemos um Projeto de Aprendizagem tendo como pergunta norteadora: “Quais os Métodos de Alfabetização? Existe um método mais eficaz?” Então nos engajamos no trabalho do processo um dos pressupostos do PAs. Para tanto, partimos de perguntas, que na aula presencial elaboramos de acordo com nossos anseios, curiosidades que necessitavam respostas. Organizamos nossa tabela de “Dúvidas Temporárias e Certezas Provisórias” no sentido de orientar as buscas; questionários para o trabalho de campo; referencial teórico necessário para dar sustentação ao nosso projeto e por fim, criamos na aula presencial, com a Professora Luciane, nosso Mapa Conceitual para evidenciar as redes de conceitos abordados nos textos.
Colaborei em etapas como nas Dúvidas, por exemplo: Uma das questões que sugeri: A utilização do computador por crianças de 3 a 5 anos é um meio de acesso ao letramento? Nas Certezas procurei responder ao seguinte questionamento da colega Ivete: “Como os pais podem colaborar na alfabetização?”
Os pais podem propiciar a criança o contato com material cultural, pois ao perceber seu uso pelos familiares a criança chega à escola com noções da língua escrita. O professor ao identificar essas aptidões adquiridas ( letramento) pode trabalhar criando um ambiente propício para a aprendizagem.
Para o trabalho de campo entrevistei profissionais da escola onde trabalho que responderam a perguntas relacionadas a alfabetização como: Podemos dizer que existe um método eficaz de alfabetização?
Minha participação na conclusão do PA: Alfabetização é um processo que vai além do decifrar códigos alfabéticos e numéricos, tendo como principal objetivo conduzir o alfabetizando ao letramento, esse que não vise somente à alfabetização e promoção da escola, mas sim a “socialização através de práticas do uso da leitura e da escrita”, que considere as experiências cotidianas e as diferenças dos grupos de pertencimento de seus alunos.
De acordo com as pesquisas realizadas, bem como textos referentes as assunto conclui-se que não se trata exclusivamente da eficácia do método para garantir a alfabetização. Pois, o método em si não garante aprendizagem, mas a preparação adequada do professor capaz de utilizar estratégias, criando um ambiente de motivação, são fatores determinantes no processo. Segundo Hara (1992), “não é o método que se elege que promove a alfabetização, mas é todo um conjunto de conhecimentos e a postura intelectual que adotamos com relação aos sujeitos e ao objeto da aprendizagem”.
O projeto na integra consta na Lista de Links:
Projeto de Alfabetização

domingo, 4 de outubro de 2009

Libras - Cultura Surda e Comunidade Surda

Para a interdisciplina de Libras desenvolvi uma atividade que incluía a contemplação de algumas questões como: Você conhece alguma pessoa surda? Qual sua opinião sobre as pessoas surdas?
Com base na leitura da unidade 1. Como você faria para conversar com uma pessoa surda? Quais os aspectos da cultura surda você acha importante para interagir com pessoas surdas?

Após as leituras referentes à comunidade e cultura surda conclui-se que apesar de várias tentativas feitas no sentido de desestimular o uso de sinais, a comunidade surda reconheceu “LIBRAS como sua língua natural, a qual reflete valores culturais e guarda suas tradições e heranças vivas”. Entre os desestímulos empregados aos surdos estão à criação de mitos, discriminação e maus tratos aos que não conseguiam utilizar a linguagem oral, proibição do uso de sinais, entre outros. Para conquistar seus direitos frente a uma sociedade que impõe seus valores, foi preciso organização de movimentos sociais em prol da valorização e reconhecimento de sua cultura, que segundo Patrícia Pinto, “(...) em oposição a todas as ações homogeneizadas da vida social”. Pois não se pode concordar que uma elite dominante em detrimento de sua cultura prive pessoas de construir suas próprias identidades.
Conheci um funcionário de escola que nasceu com uma deficiência congênita auditiva parcial, mesmo não utilizando a língua de sinais, enfrentando dificuldade de expressão oral, conseguia se comunicar e expressar seus sentimentos. Seu nome é José, e para me comunicar com Sr. Zé, além de falar pausadamente olhando de frente em seus olhos, fazia uso de gestos, expressões faciais e corporais. Para chamar sua atenção utiliza um toque no braço ou no ombro. Ele, para se comunicar com as pessoas além da fala e gestos, utilizava muito os sinais de cumprimento “um abraço”, “eu” e “até logo”. Para interagir com pessoas surdas, considero que além dos meios já citados, outros aspectos da cultura surda, como acenar para chamar sua atenção, batidinhas no chão ou fazer piscar a luz, apontar, desenhar, escrever ou dramatizar, são estratégias que podemos utilizar para estabelecer um ambiente de interação onde ambos se beneficiem.