domingo, 27 de setembro de 2009

Tipos de Letramento: Social e escolar

De acordo com Kleiman (2006), as práticas de letramento adotadas em escolas brasileiras são semelhantes as práticas do contexto americano ideologicamente determinadas. A metodologia pedagógica contempla o modelo autônomo onde é privilegiado o ensino para crianças, filhos de pais escolarizados que incentivam seus filhos com o evento da escolarização seguindo ou se aproximando do padrão empregado nas instituições educacionais, por outro lado, exclui uma grande massa que não recebeu os estímulos necessários até o ingresso na escolarização. Em nossa escola, por exemplo, na biblioteca temos “O cantinho da Leitura” onde os alunos de uma determinada turma das séries iniciais, sentados sobre algumas almofadas, ouvem atentos à professora que com ênfase conta histórias infantis, selecionadas (entre as disponíveis na biblioteca). Após a leitura a professora indaga sobre o que gostaram e sobre os personagens que chamaram maior atenção.
Entretanto, observa-se práticas sociais por grupos como a família, a igreja, o trabalho em contextos: políticos, econômicos e culturais com objetivos específicos, ou seja, praticam um tipo de letramento que a escola se preocupa.
No entanto, não é por acaso que as instituições educacionais seguem este padrão, pois as práticas sociais de uso da leitura e da escrita são criadas por grupos para além da escola que visam a continuação do método. Os educadores que receberam essa instrução, também os repassam aos educandos e as próprias instituições reproduzem e regulamentam o processo. Enfim, o assunto que trata a autora, vem contribuir para uma reflexão sobre novas possibilidades de se pensar um tipo letramento que não vise somente a alfabetização e promoção da escola, mas que inclua práticas sociais na formação de sujeitos com base em suas experiências cotidianas e as diferenças dos grupos de pertencimento.

domingo, 20 de setembro de 2009

O que é planejar?

Através da leitura do texto: “Planejamento: em busca de caminhos” (RODRIGUES, 2001) realizei uma reflexão articulando as experiências escolares com os apontamentos da autora.
Para realizar a atividade a professora Luciane, de uma turma do 3º ano, das séries iniciais, gentilmente, cedeu-me seu Diário de Classe.
Em relação à experiência relatada pela autora no início do texto e a prática docente cotidiana, as respostas foram de acordo com depoimento da professora da classe e diálogos com outros profissionais de setores.
No início de cada ano letivo, nos primeiros quinze dias é feito uma revisão dos conteúdos trabalhados no ano anterior seguindo algumas orientações do setor pedagógico. O planejamento que é realizado para um ano é o mesmo utilizado no ano seguinte. Mas, nem sempre é possível seguir exatamente o que foi planejado para o dia, semana ou trimestre. As professoras do CAT conversam entre si para refazer certos ajustes que não trouxeram o resultado esperado para uma determinada turma, por exemplo, se alguns alunos de uma determinada turma do mesmo ano, não foram alfabetizados. Após o diagnóstico, estratégias de inovação são acrescentadas à metodologia de ensino.
Os recursos mais utilizados são: giz, apagador e nos trabalhos em grupos, quando envolve atividades práticas, as crianças trazem o material de casa, como: cartolina, lápis de cor e cera, materiais recicláveis.

Elaborei cinco perguntas que considero importantes para fundamentar o planejamento de ensino:
1) Como estimular meus alunos que aprendam a ler de modo reflexivo?
2) De que maneira poderei incentivar o meu aluno a criar habilidades de interpretação autônoma através da matemática?
3) Como despertar no aluno o gosto pela pesquisa?
4) De que forma poderei incentivar a criatividade e aprendizagem das crianças através do lúdico?
5) Como estimular a aprendizagem significativa através de projetos?

Enfim, é fundamental que o profissional registre os acontecimentos ocorridos no cotidiano escolar, bem como as práticas docentes, pois segundo Rodrigues, “planejar é a constante busca de aliar o "para quê" ao "como", através da qual a observação criteriosa e investigativa torna-se, também, elemento indissociável do processo”.

domingo, 13 de setembro de 2009

Proposta Pedagógica de Comênio

Na disciplina de Didática, Planejamento e Avaliação – B, a partir das observações da proposta pedagógica de Comênio “Orbis pictus” (“O mundo em imagens”) respondemos a algumas questões, por exemplo, identificação no cotidiano escolar da proposta pedagógica analisando as relações entre as idéias do autor e meu contexto de trabalho.
Quanto ao realismo do ensino, Comênio “propõe que os alunos façam experiências por conta própria e aprendam a partir das próprias observações e não somente repetindo o que outras pessoas disseram (cap. 18).” Por exemplo, através de contatos junto a direção, consegui uma visita às instalações da engarrafadora Liquigás, Cia de Canoas para uma turma de alunos do ensino fundamental. Na disciplina de Português, a partir das observações eles elaboraram uma redação sobre o processo, práticas técnicas de segurança na correta utilização do GLP.
Temos a “Hora do conto”, apresentação de peças de teatro e filmes, além disso, todos os anos são realizados exposições, como por exemplo, a feira do livro e gincanas com o objetivo de integração e participação ativa de toda a comunidade escolar. Na última, houve confecções de lixeiras e bancos pelos alunos. As lixeiras estão distribuídas pelos corredores da escola e os bancos estão expostos no saguão. E, em sala de aula em meio a uma metodologia mais tradicional, alguns profissionais procuram trabalhar o lúdico através de jogos, música e brincadeiras. No que se refere ao ensino igual para todos os níveis das camadas sociais e para ambos os sexos, a escola atende uma comunidade de classe média e classe média baixa onde se observa uma grande diversidade. Recebe os alunos sem distinção de raça, cor, sexo ou credo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Linguagem e Educação

Em relação à fala ou a escrita há diferenciações dependendo do contexto. Em nossas avaliações de finais de semestres referente à apresentação oral (workshop) e a Reflexão – Síntese, por exemplo, devemos escolher as palavras corretas para transmitir nossas experiências. O mesmo ocorre na escrita, em ambos devemos fazer uso da linguagem adequada. Já para escrever um e-mail ou em contatos virtuais como MSN e A2 não há tanta preocupação com a escrita e sim com o conteúdo.
Na escola, um aluno de sete anos, que veio do interior do estado, referindo-se a cantina da escola, me fezendo a seguinte pergunta: “Minha mãe dexo pago alguma coisa pra mim come aí no buteco? Nesse caso, contemplou o linguajar de sua comunidade. Em outra situação, quando auxiliava um aluno da quinta série a redigir uma redação, observei que contemplava termos e abreviações que os adolescentes costumam usar em conversas virtuais com colegas.
Precisamos criar espaços em nossas escolas para “discussões mais amplas a respeito dos discursos sobre currículo, planeja­mento, avaliação e seus desdobramentos no contexto escolar enquanto regu­ladores das nossas expectativas em tomo da leitura, escrita e oralidade em sala de aula” (DALLA ZEN; TRINDADE, 2002, p. 5). Bem como, uma reflexão sobre as concepções de nossas práticas, o quanto estamos submetidos a tais discursos, pois no Brasil, as políticas educacionais sempre estiveram relacionadas com economia se adaptando as estruturas sócio-econômicas vigentes e de fortalecimento de grupos dominantes.