terça-feira, 25 de maio de 2010

Na revisão do conteúdo de matemática fizemos grupinhos com os alunos que tem maiores dificuldades com as quatro operações, pois na quarta-feira serão submetidos à avaliação trimestral ( normas da escola). Para explicar as etapas da divisão, em contas armadas, utilizei exemplos de balas que seriam distribuídas, de lápis de cores, entre outros. Esse procedimento facilitou, pois a aluna M. H. quando questionada, onde se coloca o resultado da multiplicação da unidade do quociente pelo divisor? Qual é o próximo passo? Já sabia responder. A idade dos alunos fica entre 9 e 14 anos, ou seja, alguns são repetentes. Também, reforcei a importância de sabermos a tabuada e passei estratégias para se chegar a resultados da multiplicação, mas deixei claro que essas estratégias nos tomam tempo. Eles estão acostumados com exercícios que contemplem soluções que foram previamente ensinadas, tanto que um colega quando auxilia o outro, pratica a mesma ação dando as respostas. Enfim, é preciso contemplar situações em que os alunos possam ser desafiados, que cometam equívocos. Segundo as operações de pensamento formuladas por Raths (1977) “(...) planejamento está fundamentado em objetivos que buscam ultrapassar a simples memorização, voltando-se para a mobilização de diferentes operações de pensamento”.Tanto que na próxima proposta iremos trabalhar com desafios de lógica e outros exercícios, onde os alunos possam estabelecer comparações e desenvolver estratégias para solução de problemas envolvendo situações do dia a dia.

Leitura das operações de pensamento formuladas por Raths (1977) Disponível (
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/didatica/unidade3/discussao/unidade3_1.htm. Acesso 24/05/2010.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dialogicidade - como prática da liberdade

Estamos desenvolvendo Projetos de Aprendizagens com a utilização do computador em ambiente da web, Pbworks para a escrita coletiva. Antes de irmos ao Laboratório de Informática, converso com a turma sobre o andamento dos PAs. Nesta proposta inovadora temos por objetivo que todos os alunos participem. A turma vinha utilizando o laboratório, com uso educacional, somente para pesquisas na internet, ou seja, para reforço de uma de um tema que foi trabalhado em sala de aula. Neste dia, além que conversarmos sobre o comportamento no laboratório, conversamos sobre os grupos formados e as questões norteadoras, pois tínhamos onze questões, dez computadores disponíveis e atualmente oito. Nesse diálogo uma aluna declarou não ter interrese em nenhum dos assuntos e estava se negando a participar dos PAs.
Entretanto, após ouvir suas argumentações, falei que já havia escolhido a pergunta “Por que os seres vivos morrem?” para investigar, e que procedendo assim, estaria se privando de aprender uma proposta diferente que poderia usar futuramente para investigar outros assuntos de seu interrese. Enfim, depois de muito diálogo, a aluna aceitou em participar, escolhendo outro assunto de sua preferência: “ Um tema relacionado pelo amor”. Incrementou bem sua página no laboratório e está investigando o assunto. Acredito que foi o privilegiado a dialogicidade que segundo Paulo Freire é a essência da educação como prática da liberdade, pois (...) “ninguém pode dizer a palavra verdadeira sozinho, ou dizê-la para os outros, num ato de prescrição, com o qual rouba aos demais”.
Enfim, não se pode concordar que alunos sejam excluídos do processo ensino-aprendizagem, uma questão social que deve ser combatida.


Referência
FREIRE, Paulo. A dialogicidade: essência da educação como prática de liberdade. In: ______. Pedagogia do oprimido. 21. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. p. 77-120.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Retomo a justificativa da escolha do tema central “Trabalho Infantil” realizada em postagem anterior : Temos alunos na turma que tem responsabilidades de adulto, além disso, esclarecer o conceito visto que a maioria das crianças entendia por trabalho infantil os trabalhos que realizam em sala de aula, também porque o tema propicia uma abordagem interdisciplinar. Essa aula iniciou com um texto “ Na escuridão dos Miseráveis” jogo, ilustrações em que os alunos desenharam a história, e na sistematização o poema e noções musicais. Essas etapas que foram desenvolvidas durante a semana. Conforme os objetivos específicos da poesia: proporcionar uma reflexão sobre a profissão de bailarina que tem início na infância e ativar o conhecimento prévio em torno do tipo de texto, à medida que fomos trabalhando o tema central, foi no registro dos sentimentos que cada integrante do grupo escreveu o que sentiu diante dos dois textos: “Na escuridão miserável” e “A Bailarina”. Ou seja, foi na comparação entre textos que alguns alunos declararam sentir pena da menina que já trabalhava aos 8 anos de idade e não podia estudar e, outra tão pequenina que nem conseguia fazer ainda os movimentos necessários para a profissão, apesar dos esforços. Enfim, o conjunto das atividades proporcionou, em muitas crianças, a reflexão sobre o tema proposto mesmo as que não tem responsabilidades de adultos. Eu acredito que esse fato esteja relacionado, além da interdisciplinaridade, com temas geradores como nos ensinou Paulo Freire. Ao contemplar temas que façam parte da realidade dos alunos (...) “por meio de uma metodologia conscientizadora, além de nos possibilitar sua apreensão, insere ou começa inserir os homens numa forma crítica de pensarem seu mundo”. Por isso, que as noções musicais também chamaram a atenção das crianças por se tratar de um tema de interresse de alguns alunos da turma.
Referência:
FREIRE, Paulo.
A dialogicidade: essência da educação como prática de liberdade. In: ______. Pedagogia do oprimido. 21. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. p. 77-120.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Na atividade trabalhada com a poesia “A Bailarina” da autora Cecília Meireles e o texto “Na escuridão miserável” do escritor Fernando Sabino, a turma foi dividida em 4 grupos e cada integrante leu oralmente uma estofe do poema e registrou o que sentiu diante dos dois textos. No entanto, antes da leitura do poema, conversamos sobre o tipo de texto, questionei sobre a diferença entre estrofe e versos, alguns sabiam identificar no poema e diferenciar, mas a maioria estava com dúvida. Em seguida, criamos um ambiente para algumas noções musicais, visto que a poesia, nesta estrofe, rimam as notas musicais com o advérbio de lugar:”Não conhece nem mi nem fáMas inclina o corpo para cá e para lá”.Questionei: quantas e quais são as notas musicais? As respostas variaram entre 7 e 10 notas, enquanto pronunciávamos juntos os nomes das sete notas, escrevia no quadro. Depois desenhei uma pauta ( com 5 linhas horizontais paralelas) com as claves de sol e de fá, perguntei se alguém já havia percebido esses símbolos em algum lugar. Nesse momento estabelecemos diálogo em sala de aula, pois uma aluna respondeu que a cantora brasileira de Rock Pitty tem uma tatuagem no corpo com o símbolo clave do sol. Outra me perguntou se eu havia feito aulas de piano, e respondi que sim. E ela disse que percebeu porque também estuda música. Enfim, o assunto chamou a atenção dos alunos. Segundo Maturana e Zoller citado por Real ( 2004, p. 9 )“ao viver, fluímos de um domínio de ações a outro, num contínuo emocionar que se entrelaça com nosso linguagear”. Quando eu solicito a participação e questiono, eles se aproximam e ficam mais atentos, senti que no início estavam acanhados, com envergonha de falar e errar, mas agora estão mais receptivos, acredito que se deve ao fato de receberem pouco estímulo para participarem das aulas.
Essa aula iniciou com um texto sobre trabalho infantil, jogo, ilustrações em que os alunos desenharam a história, e na sistematização a atividade como o poema e noções musicais.